domingo, 24 de julho de 2011

100 anos da "descoberta" de Machu Picchu

http://www.youtube.com/watch?v=vW8QodPAiSQ

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O relógio

ANA MARTINS MARQUES

De que nos serviria
um relógio?

se lavamos as roupas brancas:
é dia

as roupas escuras:
é noite

se partes com a faca uma laranja
em duas:
dia

se abres com os dedos um figo
maduro:
noite

se derramamos água:
dia

se entornamos vinho:
noite

quando ouvimos o alarme da torradeira
ou a chaleira como um pequeno animal
que tentasse cantar:
dia

quando abrimos certos livros lentos
e os mantemos acesos
à custa de álcool, cigarros, silêncio:
noite

se adoçamos o chá:
dia

se não o adoçamos:
noite

se varremos a casa ou a enceramos:
dia

se nela passamos panos úmidos:
noite

se temos enxaquecas, eczemas, alergias:
dia

se temos febre, cólicas, inflamações:
noite
aspirinas, raio-x, exame de urina:
dia
ataduras, compressas, unguentos:
noite

se esquento em banho-maria o mel que cristalizou
ou uso limões para limpar os vidros:
dia

se depois de comer maçãs
guardo por capricho o papel roxo escuro:
noite

se bato claras em neve: dia

se cozinho beterrabas grandes:
noite
se escrevemos a lápis em papel pautado:
dia

se dobramos as folhas ou as amassamos:
noite
(extensões e cimos:
dia

camadas e dobras:
noite)

se esqueces no forno um bolo amarelo: dia

se deixas a água fervendo
sozinha:
noite

se te cortas com papel ou feres o pé com vidro: dia

se ao comer com pressa queimas
o céu da boca:
noite

se pela janela o mar está quieto
lerdo e engordurado
como uma poça de óleo:
dia

se está raivoso
espumando
como um cachorro hidrófobo:
noite

se um pinguim chega a Ipanema
e deitando-se na areia quente sente ferver
seu coração gelado:
dia

se uma baleia encalha na maré baixa
e morre pesada, escura,
como numa ópera, cantando:
noite

se desabotoas lentamente
tua camisa branca:
dia

se nos despimos com ânsia
criando em torno de nós um ardente círculo de panos:
noite

se um besouro verde brilhante bate repetidamente
contra o vidro: dia

se uma abelha ronda a sala
desorientada pelo sexo: noite

de que nos serviria
um relógio?

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/il1007201111.htm

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A formação dos Estados europeus modernos

A partir do século XI, várias regiões da Europa iniciaram o processo de formação dos Estados modernos. O enfraquecimento do sistema feudal e o fortalecimento da burguesia foram fundamentais na formação dos Estados modernos europeus, por exemplo: Portugal, Espanha, França e Inglaterra.

A reconquista da Península Ibérica
Desde o início do século VIII, a Península Ibérica foi quase totalmente dominada pelos muçulmanos. Os cristãos que lá viviam ocupavam os territórios ao norte da península. As lutas dos cristãos pela retomada dos territórios da Península Ibérica ficaram conhecidas pelo nome de Reconquista.
A partir daí, aos poucos, os territórios que os cristãos reconquistavam na península deram origem a reinos como Leão, Castela, Navarra e Aragão.
Espanha surgiu da união de diversos reinos.
Portugal era um condado, chamado de Portucalense.

O nascimento das monarquias nacionais
A burguesia comercial precisava promover algumas reformas para impulsionar a atividade comercial. Havia um entrave em transportar as mercadorias, pois os comerciantes eram obrigados a cruzar vários feudos, cada feudo tinha uma autoridade e suas próprias leis.
Para facilitar o comércio, a burguesia passou a apoiar a transferência de poder para as mãos do rei. Desse modo o rei poderia unificar a moeda, as leis, os impostos e estabelecer um sistema de pesos e medidas únicos, facilitando os negócios, surgia aí o absolutismo, no qual o rei concentrava praticamente todos os poderes (centralização do poder).

Mercantilismo
Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. O governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

Medidas:
Balança comercial favorável:
O esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.

Metalismo:
O ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.

Estímulo às manufaturas locais.
Produção de produtos locais.

Pacto colonial:
As colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

domingo, 3 de julho de 2011

Europeus Colonizados

O mito do euro


No início havia a grande paz, na qual originou o Deus Neis, vivia entre o continente e o mar, desse contato surgiu uma névoa na qual se gerou um filho, desse filho oriundo da densa neblina e a paz gerou-se uma mulher, assim nasceu uma grande civilização.
Num dia nebuloso, há séculos de nossa era, um garoto da civilização Néia, chamado Bein, pois se a pensar, o que havia além daquela paz decretada. Cresceu com esse pensamento.
Os indivíduos da civilização Néia, com o passar dos anos, desenvolveram embarcações que utilizavam para ir e vir margeando o continente, tinham o conhecimento do entorno dessa porção de terra, conheciam outros povos, às vezes guerreavam por motivos banais, tinham seus líderes e, sobretudo, acreditavam num único Deus, Neis.
Mas, o que afligia o já jovem Bein era que seu povo poderia expandir a paz decretada além da névoa salina. Os homens mais fortes construíram uma embarcação jamais vista de tamanho, poderiam abastecê-la de milho e batata e ir muito longe com ela, com os ventos soprando para o oeste.
Numa primeira viagem, seguindo a constelação rumaram a oeste, atingiram algumas porções de terras não muito grandes, no entanto, cada vez mais longe perceberam que a quantidade de água era infindável, resolveram voltar, pois desenvolveram uma técnica de marcação dos pontos de navegação.
Após alguns anos, Bein, motivado pela sua curiosidade, resolveu margear a porção de terra na qual eles habitavam, logo percebeu que era maior do que todos imaginavam. Bein encontrou outros povos, teve contato com outros alimentos, objetos e outras culturas. Aí pôde abastecer-se com os suprimentos necessários e se pôs a navegar.
Seguindo rumo mais a leste, por intuição, percebeu as correntes marítimas, algo lhe dizia que havia outros povos além mar, navegando mais ao norte num oceano interminável, logo aportou em terras firmes, mal sabia ele que estava no continente europeu.
Deparou-se num mundo diferente do seu, com muitas guerras, homens ambiciosos, líderes com poderes absolutos, até se pressupondo maiores do que seu Deus, Neis.
Bein tinha adornos de ouro e prata, que um artesão de sua aldeia lhe havia feito, tão logo notado pelos nativos gerou um alvoroço de entusiasmo, de onde sairia aquele homem com adornos em ouro? Metal conhecido e tão desejado pelos europeus. Bein foi reverenciado como um deus, pois, havia trazido nos porões da embarcação muito milho, batata e mais alimentos que os famintos não conheciam e se adaptaram muito bem ao clima daquela nova terra descoberta por Bein, àquela civilização descoberta estava em constantes guerras há anos e sua população estava morrendo de fome e pragas.
Começa aí um processo de aculturação da civilização Néia, cujo Deus originou-se de uma grande paz.

Autor desconhecido