quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Hipocrisia dos neoliberais

Há hipocrisia dos políticos e economistas neoliberais em criticar as intervenções governamentais sobre a economia do Brasil, pois, historicamente a experiência do sistema capitalista nos mostra a fragilidade do sistema em se autorregular.
Os neoliberais são contra o poder público de criar, fomentar e aprimorar programas de caráter social, contudo, há a defesa do poder público de financiar ou socorrer as elites. É uma contradição meticulasamente arquitetada, a elite faz com que a classe manipulada da sociedade brasileira, acredite que as intervenções e práticas governamentais aumentam os gastos públicos, entretanto, faz manter seus privilégios financeiros.
Desde quando o Brasil passou a ser explorado pelos portugueses, a divisão de terras fora para favorecer a elite portuguesa em extrair recursos deste território tão fértil e rico. Fora quando a Coroa Portuguesa dividiu o território brasileiro em capitanias hereditárias, chamadas também de sesmarias. A geografia do território brasileiro surge a partir de um golpe dos portugueses nos espanhois, em não respeitar o Tratado de Tordesilhas.
A partir daí podemos mencionar várias intervenções de favorecimento do poder público em relação a elite, históricamente a classe sempre mais favorecida.
Outro exemplo notório e implacável, no período compreendido de República Velha ou Primeira República, fora celebrado o acordo denominado de o convênio de Taubaté, cujo interesse atendia a elite cafeeira. Simplesmente os governos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, comprometeram-se em obter recursos financeiros no exterior para comprar o excedente de café produzido pelos cafeicultores, ou seja, mesmo não havendo demanda, havia compra, consequentemente havia lucro e mais ganhos garantidos para a elite.
Um outro exemplo de cunho global, e influenciara diretamente o Brasil, fora o crash da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 29, cuja recuperação econômica estadunidense deu-se em consequência dum forte investimento governamental, inclusive em obras públicas. A consequência da Grande Depressão para o Brasil fora que os Estados Unidos, um grande importador de café, diminuiu drasticamente seu consumo. Diante de tal cenário temerário para a elite agroexportadora brasileira, o governo brasileiro lançou ao mar toneladas de café, protegendo mais uma vez os lucros da elite.
Um pouco mais adiante, já à época do Regime Militar no Brasil, o contexto histórico chamado de milagre econômico, muito embora o Regime estimulara o investimento estrangeiro, as reivindicações por melhores salários, pela classe trabalhadora, eram reprimidas com extrema violência.
Portanto, este foi um pequeno  ensaio que podemos refletir e, quem sabe, nos aprofundarmos em algumas questões urgentes para serem melhores compreendidas:

A quem atende as reformas do trabalho e previdenciária?

Quais são os verdadeiros objetivos ideológicos que estão subliminarmente na reforma do ensino médio?

Por que tanto esforço e urgência para aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 241 ou 55, dentre os quais, limitam os gastos pelo poder público com educação e saúde?

Continuemos...